domingo, 21 de junho de 2015

Uma pedra no caminho


     Um dia a alguns anos atrás, milhares de anos para ser mais preciso, uma pessoa ( provavelmente em um momento de crise) se pegou pensando na razão para ter nascido. A maior parte das pessoas acredita que esse alguém tem nacionalidade grega, na falta de uma teoria melhor essa seguiu se propagando, afinal, se os gregos não se importam por terem um compatriota tão desocupado que não pôde pensar em nada melhor pra fazer da vida além de pensar na vida, quem iria discutir?
     Por fim, esse sujeito que passou horas pensando ficou com fome e foi fazer uma boquinha na casa de um amigo que morava por perto, depois de se satisfazer expôs sua questão, acreditando que duas pessoas pensariam melhor no assunto, mas ao invés de somar forças somaram apenas suas próprias dúvidas tornando a questão ainda mais complexa. Agora a pergunta era: qual o sentido da existência? Afim de acabarem de uma vez por todas com a dúvida os amigos foram até o conselho dos anciãos da cidade, que davam as respostas para as perguntas mais complexas como "que horas são?", "vai chover hoje?" e a mais desafiadora que tinha aparecido até aquele dia, "de onde vêm os bebês?". Após ouvirem a pergunta e deliberarem por alguns instantes os sábios chegaram a uma conclusão que acabou não sendo tão conclusiva, já que cada um dos membros do conselho havia inventado uma teoria diferente, na verdade nenhum deles sabia a resposta, mas ninguém queria ficar por baixo.
     As várias respostas foram divulgadas e recebidas pelo povo com alegria, já que agora tinham descoberto um motivo bem mais nobre para fazer aquilo que vinham fazendo por toda a vida, fosse respirar, comer, guerrear, buscar conhecimento, agradar uma força superior ou qualquer outra ramificação que surgiu a partir das tais respostas. E assim começou a busca do homem pelo sentido da vida, pela razão de sua existência. Busca que percorreu todo o lugar por onde um homem convicto já passou. Por vezes dois homens convictos de pontos de vista diferentes se cruzavam, mas aquele que tivesse a resposta mais convincente ou o maior exército acabava convencendo o outro, juntamente de seu povo caso este sobrevivesse, e assim ele seguia espalhando o sentido da vida ( ou só a própria opinião). Por vezes opiniões se uniam e davam origem a respostas bem mais complexas e fundamentadas. Essas costumavam sobreviver por mais tempo.
     Por fim, chegamos ao nosso tempo, cerca de 2015 anos depois do dia no qual nasceu um homem chamado Jesus, que com suas palavras foi capaz de formar homens convictos o suficiente a ponto de fundarem a mais sólida instituição religiosa do planeta, em um tempo onde todos possuem o direito constitucional de expressarem e viverem suas crenças abertamente, sem temer represálias ou retaliações por parte do estado. E ainda hoje nós recebemos a notícia de que uma criança foi apedrejada por vestir trajes correspondentes a sua religião. Confesso que não acredito que o RETRÓGRADO que atirou aquela pedra tivesse a intenção de acertar específicamente a menina, ele simplesmente à jogou em um grupo de pessoas pensando em acertar alguém. Mas o que ele com certeza não pensou naquele momento foi que o país inteiro ficaria sabendo desse ato bárbaro, e mais ainda, que o país inteiro ficaria contra ele.
     Na verdade se essa pedra tivesse acertado um dos adultos esse caso teria passado despercebido, pos a imprensa não teria interesse. Criança, bicho, mulher bonita, futebol e desgraça são as únicas coisas que vendem jornal nesse país, mas não necessariamente nessa ordem. E enquanto essa situação estiver chamando atenção ela será usada, mas quanto tempo será que isso dura? Em quanto tempo os brasileiros vão deixar de se interessar pelo caso? Digo que não perceberemos, assim como não percebemos as agressões que acontecem diariamente contra cristãos católicos, protestantes, cardecistas, mães de santo e até contra ateus, por que o jornal não quer mostrar isso. O jornal quer mostrar menores com armas brancas, homofobia e infrações à lei Maria da Penha. Essas são as bolas da vez.
     Enquanto o agressor de crianças não é localizado, se é que vai ser, só posso esperar que ele reveja nas diretrizes de sua igreja, seja ela qual for, onde está escrito que pessoas de outra religião devem ser apedrejadas, espero que ele não encontre isso por lá e viva melhor sua religiosidade, pois ela não servirá para tornar o mundo um lugar melhor se não tornar a ele uma pessoa melhor antes, mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

Ass: Bruno Santos.

sábado, 13 de junho de 2015

Minha Casa Minha Vida

     Gostaria de propor a você, leitor(a) uma suposição, necessito que você entre nessa comigo e seja meu personagem, estamos juntos? Bem, então vamos lá. Imagine-se com sua família atual, as pessoas que vivem na mesma casa que você, a menos que você viva só, nesse caso precisarei de um pouco mais da sua imaginação. Bem, estando você com esse grupo de pessoas, sejam seus pais e irmãos ou seu par romântico e filhos, etcetera, imagine-se em uma situação na qual foi extremamente necessária uma mudança, seja por questões financeiras, naturais ou de saúde, ou até mesmo tudo isso junto, a questão é que vocês precisam sair de onde moram e não possuem amigos ou parentes a quem recorrer. Até aqui tudo bem?
     Continuando essa situação hipotética você e sua família encontram um terreno desabitado que passam a ocupar, o lugar lhes possibilita o aproveitamento de oportunidades de emprego, já que fica perto da cidade, possui comércio ativo na redondeza e uma vizinhança humilde que como os seus, quer apenas viver com dignidade. Os anos passam, a vida se ajeita, aos poucos as casas rústicas de madeira se tornam de alvenaria, as crianças são matriculadas em colégios, as cartas chegam no endereço com normalidade, os móveis são entregues pelas lojas e a vida vai se desenvolvendo. Até que, em um belo e ensolarado dia do mês de maio, ao acordar para cumprir com suas tarefas corriqueiras você se depara com uma movimentação incomum na rua, tenta descobrir do que se trata e recebe a notícia de que o dono do terreno onde você vive a anos achou uma utilidade para ele e a sua casa será posta abaixo por operários mal encarados e impacientes que preferiam ter demolido tudo de uma vez, de preferência com todos dentro para não ter que passar pela situação que lhe é apresentada no momento. Você se apressa para retirar o máximo de coisas possíveis lá de dentro, mas precisa assistir enquanto seus sonhos de viver com dignidade são destroçados por máquinas pesadas.
     Essa situação, que lhe foi proposta como hipotética, parece real até demais para os moradores da comunidade do Metrô-Mangueira, que surgiu em meados da década de 80 como ocupação espontânea dos operários que, atuando na linha dois do metrô, não tinham para onde voltar após o trabalho. Essas moradias foram derrubadas para dar lugar a estruturas que serão usadas por estrangeiros durante as Olimpíadas de 2016, pessoas que vão ficar aqui por alguns dias deixando para trás o dinheiro de seu turismo. Mas, será que esses dias de turismo darão mais lucro que uma vida inteira de impostos pagos desde o nascimento por um brasileiro? Será que esses atletas são realmente mais merecedores deste espaço que os moradores? As pessoas que virão fazer turismo no Rio em 2016 serão informadas desses estragos ou tudo continuará sendo posto para debaixo do tapete para que o estado siga sendo mostrado como o cartão postal que não é?
     Não que o estado do Rio não seja um lugar lindo, seja pelas suas praias, pelos resquícios de Mata Atlântica que ainda luta contra o concreto ou até mesmo pelas construções imperiais em seu centro histórico, que dicasse de passagem foram construídas sobre os destroços de curtiços que ocupavam o centro da cidade em circunstâncias bem parecidas com as do Metrô-Mangueira. O que não é bonito é que as centenas de fiscais da defesa civil, bombeiros, engenheiros e acessores vejam alguém montando um barraco em um terreno baldio e não pensem em notificar o dono do mesmo ou a prefeitura. Que depois de anos por lá, já pagando água, luz e telefone essas pessoas sejam humilhadas como foras da lei e massacradas por um poder que nos últimos anos pareceu não se importar com o que ela fazia ou deixava de fazer.
     Uso aqui o exemplo do Morro do Bumba que foi a baixo com as chuvas, matando e desabrigando várias pessoas em Niterói. Gerações que viviam lá sem seren encomodadas, mas que foram culpadas pelos orgãos públicos por terem ocupado uma área instável que anteriormente foi um lixão. Acredito que o prefeito já sabia o que tinha lá embaixo, sabia que o terreno poderia ceder um dia, mas deixou que casas fossem construídas. Por que arriscar as vidas dessas famílias, das quais muitas até hoje não tiveram apoio para encontrar uma moradia definitiva? Existem 515 mil famílias sem moradia no Estado do Rio de Janeiro, 220 mil só na cidade do Rio, pessoas invisíveis para o Governador do Estado, porque ele vai trabalhar de helicóptero, porque ele não pedala na orla da Lagoa e nem precisa pegar um ônibus no Jardim Botânico. Mas existem pessoas tentando sobreviver a mercê de uma sociedade que não as reconhece como iguais.
     Vítimas? Das circunstâncias, da falta de recursos, da falta de apoio,do preconceito, do descaso e Deus sabe de mais o que. Muitas dessas pessoas já passaram por abrigos, mas foram convidadas a se retirarem ou preferiram voltar para as ruas. Algo não está certo. Existem membros da classe média recebendo bolsa família e comprando apartamento pelo Minha Casa Minha Vida pra fazer especulação imobiliária, enquanto o povo que precisa está tendo a casa demolida. Essa é a política de moradia desse governo e essa é a cara do Rio que os "gringos" não querem fotografar, talvez eles devessem, a seleção alemã fez mais pelo Brasil durante a copa do que quatro anos de governo da Dilma, poderíamos fazer uma campanha #voltaalemanha, assim um evento mundial finalmente daria algum retorno real para o povo ao invéz do prejuizo que tem sido até agora, mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

ASS: Bruno Santos.

Fonte: Jornal Brasil de Fato 3-10/6/2015

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Arapuca


"Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares" (Efésios, Capítulo: 6,12).

     Eu já fui uma criança um dia, acrítica, que não pensava a respeito dos conceitos do senso comum que a todo momento me eram empurrados. Todas as simpatias, as brincadeiras, músicas, etc. Hoje eu sou grande e tenho responsabilidade por tudo o que produzo e reproduzo, por isso tomo cuidados e escrevo esse texto com o objetivo de lhe ajudar a fazer o mesmo. A princípio ele terá mais perguntas do que respostas e você irá perceber uma realidade que não está tão longe de você!
     Quantas vezes em frente a TV ou do computador você não se viu repetindo uma frase de invocação durante um desenho animado ou um filme? Quantos personagens dos quais você gosta possuem características que você provavelmente repudiaria na vida real? Em algum momento alguém se perguntou por que a fonte dos poderes de He-Man é uma "caveira cinza" ou por que Goku e seus amigos invocam um dragão que realiza desejos? Havia notado que os símbolos nas antenas dos Teletubbies correspondem às relíquias da morte presentes nos filmes do bruxinho Harry Potter? Já notou como nos filmes de terror em geral, mas em especial os com possessões, a figura de Deus é colocada como indiferente, como um mero expectador que não exerce nenhum tipo de influência seja, para salvar ou punir? Percebendo, ou não, essas questões estão lá, a todo momento sendo implantadas lentamente nos subconscientes, geração após geração, e isso já surgiu efeitos, acredite!

     Quantas vezes você teve medo de ir à Igreja por conta da violência? E quantas vezes deixou de ir lá, seja pela chuva que caía ou pelo excesso de sol, mas reflita, deixou de ir trabalhar por algum desses fatores? Para os jovens que namoram, quantas vezes saíram do trabalho/curso/faculdade cansados, prontos para se deitarem e dormirem por uma semana inteira, mas diante de um pedido de sua cara-metade foram a seu encontro e passaram horas juntos? Me digam então, por quê parece tão impossível fazer meia hora de adoração em um dia da semana? Quantas vezes você começou um final de semana com o objetivo de se dedicar aos estudos, mas com o simples ato de abrir uma rede social para dar uma olhadinha acabou perdendo quatro horas fazendo absolutamente NADA?

     Nada é o que parece! É preciso estar atento a todo momento, pois os ataques são contínuos e muitas vezes estão disfarçados de coisas inocentes. Uma música com bela melodia pode te levar a bendizer um deus pagão ou te apontar a traição como uma coisa comum a qual todos recorrem para esquecer dos problemas domésticos, uma novela pode te fazer achar que a família é uma instituição ultrapassada ou que sexo é uma fonte de prazer que não precisa estar ligada a algum tipo de compromisso, só precisa ser em grande quantidade para te fazer feliz consigo mesmo e com o mundo, mas você sabe que não é assim, essas concepções não são naturais em você, estão sendo introduzidas, a cada momento, dia após dia.

     Existe uma ideia sendo divulgada, a de que as coisas mudaram, se mordenizaram e que essa compreensão irá resolver todos os conflitos. Acontece que o que era errado a cinco mil anos atrás ainda é errado hoje, soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça não são estilos de vida saudáveis hoje, assim como não eram naquela época. Então, o que todos dizem que mudou? Eu digo: a abertura nos corações para a presença de Deus está cada vez menor. E no lugar em que o Senhor não pode entrar, você já sabe quem manda. Né?! Recentemente foram divulgadas na internet várias tentativas de se comunicar com Charlie, um "espírito mexicano" que não tem nada melhor para fazer do que ficar movendo lápis por aí para responder perguntas, quase como um "Posso ajudar" de bolso. Eu realmente não queria falar sobre isso, já que sempre existiu esse tipo de jogo de comunicação entre planos e sempre haverá um adolescente idiota o bastante para tentar, seja com lápis, copos, espelhos ou sacrifício de pequenos animais. O que eu realmente quero expor aqui é exatamente como isso se tornou algo banal. EU NÃO DEVERIA ACHAR ISSO NORMAL, mas já acho.

     Não desejo te tornar um(a) paranóico(a) com medo de sair de casa ou de ligar a TV, mas se você tiver mais cuidado com o que assiste, com os assuntos das suas conversas, com as pequenas mentiras que conta por conveniência, com seus olhares e pensamentos, sem dúvidas as artimanhas do mundo irão se tornar cada vez mais claras para você. Lembre-se, a porta não sofreu reformas, ela continua estreita, mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

"Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos, Capítulo: 6,23).

Ass: Bruno Santos