domingo, 3 de janeiro de 2016

Corrida de Obstáculos

     Essa semana estava com minha namorada na fila de um desses quiosques de redes de fastfood que vendem sorvetes. Em nossa frente, estava uma idosa com seu neto que queria um sunday. Ao que me parece a senhora queria satisfazer a vontade do neto, mas não sabia como se chamava ou quanto custava o que ele queria.
     Bem, como o nome diz, fastfood vende "comida rápida", então, os funcionários são treinados para atender com presteza e eficiência. Já no que se refere à simpatia, o comportamento desses jovens me deixou na dúvida sobre a política da rede. Ver três jovens fazendo caretas, revirando os olhos e apressando uma idosa não são imagens que ajudem a abrir meu apetite.
     Nesta mesma semana, ao ir, desta vez com uma jovem cadeirante, até uma filial dessa rede no Centro do Rio e perceber que só haviam mesas no segundo andar, onde só era possível chegar após subir dois lances de escada, notei que havia algo de errado.
     Se já não bastassem as ruas esburacadas, cheias de ondulações e paralelepípedos, a ausência de rampas, ou inadequação das existentes, a falta de espaços e mobiliários adaptados, ainda é preciso que essas pessoas, tanto idosas quanto deficientes, convivam com a incompreensão e o preconceito. Todos nós temos uma velhice nos aguardando no futuro, alguns podem ter cadeiras de rodas ou muletas antes disso, sejam temporárias ou permanentes. O fato é que precisamos aprender a olhar para essas pessoas com o respeito que elas merecem.
     Um idoso tem sua velocidade, raciocínio e resistência comprometidos, isso não é uma novidade! Se alguém não possui capacidade para enchergar isso precisa de mediação. Entretanto, assim como as pessoas com deficiência, os idosos precisam ter preservado seu direito de ir e vir. Parece que todas as dificuldades que essas pessoas já tem não são suficientes e por isso as ruas precisam parecer um circuito com obstáculos. Eu me arriscaria a dizer que eles são indesejáveis e por isso deixam as ruas assim para desencorajá-los a sair.
     Estamos prestes a receber as paraolimpíadas em nosso Estado que já tem a educação, saúde e segurança sucateados, ainda por cima teremos que baixar a cabeça e ouvir calados as reclamações dos atletas paraolimpicos que não vão conseguir sequer dar uma volta no quarteirão sem sofrer um acidente. Cadê os milhões investidos no "padrão FIFA"? Aquele dinheiro todo foi só pra construir estádio mesmo?
     Estamos entrando em um novo ano, é um tempo adequado para se tomar uma nova atitude. Que possamos nos preocupar menos com a implantação da ideologia de gênero nas escolas e mais com inclusão de cadeirantes, surdos e mudos. Que possamos compreender que um idoso não é alguém sem utilidade social, mas sim um poço de sabedoria que deve ser admirado e respeitado, mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

Ass: Bruno Santos.

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